Doenças Associadas à Obesidade
Doenças cardíacas | Acidente Vascular Cerebral (derrame); |
Câncer de mama | Apnéia do sono |
Doenças Hepáticas e da Vesícula | Doenças Pulmonares |
Doenças Circulatórias e Arterioesclerose | Osteoartroses |
Gota (hiperuricemia) | Cânceres de cólon, endométrio e próstata |
Hipertensão | Dislipidemia |
Diabetes mellitus | Diminuição da fertilidade |
Diminuição da capacidade vital | Anormalidade dos hormônios reprodutores |
Fonte: American Family Physician, (2000).
Em 1958, um economista afirmou que nos Estados Unidos morreria mais por excesso do que por falta de comida. Esta afirmação já era um indicativo da preocupação dos malefícios que o excesso de peso pode trazer ao ser humano. American Family Physician, (2000).
Atualmente, o mundo vive uma epidemia de obesidade, doença que cresce em proporções alarmantes. Nos Estados Unidos, a prevalência da obesidade aumentou nos últimos anos. Hoje, 30% da população têm sobrepeso, 15% são obesos e cerca de 3% são obesos mórbidos, ou seja, com muito risco. Estima-se que a obesidade e as doenças associadas matam 300 mil pessoas por ano só neste país. (SANTAREM, 1999).
No Brasil, estudos recentes mostraram que a obesidade tem avançado. Há uma relevante diminuição da prevalência da desnutrição nos últimos vinte anos, em comparação ao aumento notável dos casos de obesidade.
A prevalência da obesidade no país tem aumentado nas diferentes regiões, acompanhando a tendência mundial. Os índices continuam crescendo, exigindo uma reavaliação de toda a sociedade. Dados de 1989 apontam uma curva ascendente de sobrepeso e obesidade, principalmente na Região Sudeste. Um levantamento do Ministério da Saúde, feito em 1993, demonstra que cerca de 15% da população adulta já se encontra com sobrepeso, e 6,8% com obesidade. (GUEDES , 1998).
Este grande aumento da obesidade no mundo pode ser em virtude da transição alimentar, já que os padrões nutricionais sofreram alterações a cada século, resultando mudanças na dieta dos indivíduos, correlacionado também às modificações econômicas, sociais, demográficas e na saúde.
Um exemplo disso pode ser notado neste século XX, que apresentou uma dieta rica em gorduras, principalmente as de origem animal, açúcar e alimentos refinados, e houve uma redução dos alimentos ricos em carboidratos complexos e fibras. Além de uma crescente industrialização de produtos alimentícios, como conservas e produtos enlatados. Segundo pesquisadores, o predomínio desta dieta tem contribuído para o aumento da obesidade, em conjunto ao declínio progressivo da atividade física das pessoas.
Classificação da Obesidade:
IMC (kg/m2) | Grau de Risco | Tipo de obesidade |
18 a 24,9 | Peso saudável | Ausente |
25 a 29,9 | Moderado | Sobrepeso (Pré-Obesidade) |
30 a 34,9 | Alto | Obesidade Grau I |
35 a 39,9 | Muito Alto | Obesidade Grau II |
40 ou mais | Extremo | Obesidade Grau III (“Mórbida”) |
Fonte: (GUEDES & GUEDES, 1994).
A obesidade pode causar complicações cardiovasculares. A taxa de mortalidade por muitas doenças, acidentes e cirurgias, é maior em obesos. A morte súbita é mais comum nestes casos. Os riscos aumentam com o grau de obesidade, e entre os diabéticos e hipertensos. GUEDES & GUEDES, (1994).
A hipertensão, diabetes e hiperlipidemia e hipercolesterolemia são mais freqüentes entre os obesos. Essas doenças têm uma significativa melhora quando há uma redução de peso.
Há sete fatores que contribuem para a obesidade, dentre eles fatores sociais, psicológicos e genéticos, mas não se sabe como esses fatores interagem no peso da pessoa para determinar a obesidade. Acredita-se que o peso da maioria das pessoas é sujeito à regulação fisiológica e que a elevação do ponto de ajuste seja o responsável. Essa teoria do ponto de ajuste está em voga como a explicação da dificuldade de que as pessoas obesas têm dificuldade em perder peso e manter-se no peso ideal. (GUEDES & GUEDES, 1994).
Os mecanismos são complexos e muito variados, mas a diferença no estilo de vida, nos hábitos dietéticos e exercícios exercem um papel muito importante. (SANTAREM, 1999).
Os fatores metabólicos e endócrinos são muito ligados à obesidade, mas geralmente são conseqüência desta, e não causa. A condição é sempre a mesma, mais calorias são absorvidas do que são gastas como energia.
Fatores psicológicos também influenciam na obesidade. Mas somente está ligada a um pequeno número de pessoas obesas, especialmente em mulheres de classe média e alta, e que foram obesas desde a infância. Essas mulheres têm hábitos alimentares irregulares, e sentem que seus corpos estão muito fora dos padrões da sociedade, e que os outros as desprezam e as tratam com hostilidade devido a isso. Resultando, assim, em timidez e dificuldade de relacionamento social.
Levando em consideração que os principais fatores que levam a obesidade são: genética, nutrição, inatividade física, farmacológica, endócrina, neurológica, ambiental e estilo de vida, é fácil perceber porque a obesidade vem atingindo um número cada vez maior de indivíduos, de ambos os sexos, e em diferentes faixas etárias.
As conseqüências devido à obesidade são: insuficiência cardíaca, tromboses e hemorragias cerebrais e, tromboses coronarianas. Além disso, diversas doenças podem agravar-se, destacando-se a diabetes, hipertensão, arteriosclerose, varizes, entre outras.
Os exercícios físicos mais indicados são os aeróbios, de média ou longa duração acompanhados de exercícios “localizados” e flexibilidade. É necessário que se pratique de 3 a 6 vezes por semana, com duração de 35 a 60 minutos e que alcance uma freqüência cardíaca de esforço ou de treinamento em torno de 60 a 85 % da freqüência cardíaca máxima.
Muitas vezes, a prática de exercícios físicos é difícil, desmotivante para um cliente obeso, principalmente porque o excesso de peso reduz a eficiência mecânica e a amplitude de movimentos, causando desconforto, dores e uma certa resistência psicológica. Devido a esta situação, o programa de exercícios deve ser planejado em cima das condições atuais do cliente. No primeiro momento torna-se curativo, passando, num segundo momento a ser preventivo e terá que ser feita para toda a vida uma manutenção.
Mas em muitos casos, a obesidade está associada a outras patologias e a cura tem que ser feita através de medicamentos, alimentação e exercícios físicos. É aconselhável, o trabalho multidisciplinar para que haja sucesso e que o cliente apresente uma condição de saúde próxima da normalidade.
O problema da obesidade é bastante complexo. Mas para nós profissionais de educação física, mais que um desafio é tentar fazer com que o nosso cliente emagreça de forma gradual e saudável. Visto que, hoje em dia, com as modificações e interferências sofridas no modo de viver das pessoas, os resultados às vezes demoram porque ninguém se torna obeso do dia para noite e muito menos emagrece tão rapidamente. Cabe a nós, conscientizar o cliente dos riscos causados pelo acumulo excessivo de gordura e da importância da prática do exercício físico regular na melhoria da qualidade de vida.